quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Sob os obuses do Kaiser



O assassinato, em Sarajevo, de Francisco Ferdinando de Habsburgo – herdeiro do trono Austro-Húngaro – e de sua esposa, Sofia Chotek, a Duquesa de Hohenberg, no dia 28 de junho de 1914, por Gavrilo Princip, estudante ligado organização denominada "Unidade ou Morte" também conhecida como "Mão Negra", e que tinha a intenção de unir todos os territórios com populações eslavas do Sul anexadas pela Áustria-Hungria, é o estopim para a guerra.

No 28 de julho de 1914, o império Austro-Húngaro declara guerra à Servia. Em apoio à Sérvia, a Rússia mobilizou seus exércitos contra o império Austro-Húngaro e contra a Alemanha, que, ato continuo, declara guerra à Rússia e à França. Para atingir a França, no dia 4 de agosto, a Alemanha invade a Bélgica, considerado até então, um território neutro.



No dia 26 de agosto de 1914, às três da tarde, em meio à gritaria provocada pelos obuses do Kaiser Guillermo II durante os dias da ocupação da cidade pelo exército alemão na indefesa Bruxelas, nasce  Julio Florêncio Cortázar, registrado, quatro meses depois, no dia 31 de dezembro de 1914, na embaixada da Argentina em Bruxelas.

“Nasci em Bruxelas, em agosto de 1914. Signo astrológico: virgem; por conseqüência, astênico, e de fortes tendências intelectuais. Meu planeta é Mercúrio e minha cor é o cinza (ainda que, a bem da verdade, eu prefira o verde). Meu nascimento é produto do turismo e da diplomacia. Suas circunstâncias não foram nada extraordinárias, mas um tanto pitorescas: nasci em Bruxelas como poderia ter nascido em Helsinque ou na Guatelama. Um nascimento bélico o qual que deu como resultado um dos homens mais pacifistas que há nesse planeta” , diria, em 1977, ao jornalista Joaquin Soler Serrano, no programa de entrevistas “A fondo”, da Radio Televisión de España (RTVE) , um dos raros registros visuais do escritor.


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